História da Ouvidoria
A
palavra Ombudsman, expressão de origem nórdica, resulta da junção da
palavra ombud, que significa “representante”, “procurador” com a
palavra man, “homem”. A palavra em sua forma original foi adotada em
vários países, assumindo denominação própria em outros: Países de origem
Hispânica, Defensor Del Pueblo; França, Médateur; Portugal, Provedor de
Justiça etc.
No
Brasil utilizam-se duas expressões: Ouvidor, denominação predominante no
setor público e Ombudsman, predominante no setor privado. Certamente
razões históricas aliadas à cultura de não utilização de termos
estrangeiros em instituições públicas, conduziram a essa duplicidade de
denominação.
Fonte: Secretaria da Fazenda -PE
De
acordo com documentos históricos, desde a instalação no Brasil da
divisão territorial em Capitanias Hereditárias, ouvidores eram indicados
pelo Rei de Portugal para exercerem as suas atribuições juntamente com
os Governadores Gerais.
Os
ouvidores possuíam o poder de lavrar e promulgar leis, estabelecer
Câmaras de Vereadores, atuar como comissários de justiça e,
principalmente, ouvir as reclamações e reivindicações da população sobre
improbidades e desmandos administrativos por parte dos servidores do
governo.
Nessa hierarquia, o
Ouvidor era a segunda autoridade da Capitania. Seus poderes incluíam as
ações novas, tanto do lugar onde estava a outro extremo, de todo o
território da capitania, exercendo dessa forma a Justiça de 1ª e 2ª
instâncias, juntamente com os juízes. Além disso, exercia também função
administrativa mas, de modo similar, junto ao Capitão, como um
Secretário de Estado.
As primeiras notícias
sobre a instituição do Ombudsman nos países nórdicos chegaram ao Brasil
no início do século XIX. É interessante citar que, um ano após a
independência do Brasil, em 1823, um Deputado do Parlamento
Imperial apresentou um projeto de lei propondo a criação da "figura" do
ombudsman nacional.
Curiosamente, somente
14 anos após a implementação constitucional do Ombudsman na Suécia, em
1809, tal inovação pioneira já era proposta no então bizarro e
exótico país tropical. A proposta de criação de um ombudsman brasileiro
comungava das mesmas intenções do ombudsman sueco. Tal proposta,
contudo, não foi aceita pelos membros do Parlamento naquela época.
A
discussão sobre o tema retornou apenas em 1960, quando se
iniciaram os debates para o estabelecimento de uma instituição similar
dentro do governo federal. O momento político era propício e, assim,
várias agências governamentais implantaram a figura do Ombudsman,
principalmente nas áreas de saúde e previdência social.
Mas
a opressão impediu o desenvolvimento da democracia. Com o golpe de
estado que instalou a ditadura militar no Brasil, em 1964, todas
as instituições democráticas foram relegadas ao limbo do silêncio
forçado.
Não
mais se ouviu a voz do cidadão. Os brados pela liberdade foram calados
pela mordaça da força da ignorância e da prepotência.
Finalmente,
a partir de 1983, quando lenta, gradual e timidamente ressurgem
os primeiros sinais de abertura democrática, o debate para a criação de
canais de comunicação entre a estrutura de poder e a população, começa a
tomar pulso.
Em
1986, pelo decreto-lei nº. 215/86, é criada a primeira
Ouvidoria Pública no recém-democratizado Brasil, na cidade de Curitiba,
capital do Estado do Paraná. O seu estabelecimento era uma resposta a
uma latente demanda social, resultado de duas décadas de silêncio
imposto por um regime político.
A
Ouvidoria Municipal de Curitiba teve com principal atribuição e defesa
dos interesses legitimamente protegidos dos seus cidadãos.
Foram
Ouvidores Municipais de Curitiba: Manoel Eduardo Alves Camargo e
Gomes, Luis Miguel Justo Silva e Alcides José Branco. Seguindo o
exemplo, a Prefeitura de Maringá criou, Lei Complementar nº. 79/94,
a Ouvidoria Municipal de Maringá.
Fonte:
Ouvidoria Geral do Estado do Paraná